Sou jovem para minha memória não estar tão boa. O que pode estar acontecendo?

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Há mais de 2500 anos, um homem de família muita rica no que hoje é o Nepal, constatou tudo o que hoje a ciência ainda está descobrindo. Sidarta Gautama, o primeiro Buda, compreendeu que existia uma sutil diferença entre MENTE e CONSCIÊNCIA:

MENTE seriam todas as funções mentais pré-programadas, muitas vezes autônomas, como os pensamentos, emoções e memórias por exemplo. Já CONSCIÊNCIA seria a capacidade de se estar desperto e atento a tudo o que acontece (dentro e fora de nós). Mesmo para quem já tenha pensado nisso, no dia a dia, dificilmente alguém para pra refletir sobre isso, mas acredite, esse pequeno dado pode ser o responsável pela sua memória estar te dando tanto trabalho.

Já experimentou tirar uma foto à noite, só que sem usar o flash?

O que acontece com a qualidade da imagem?

Não precisa ser um fotógrafo profissional para saber que ILUMINAÇÃO é a base para qualquer fotografia bem feita. E nosso cérebro usa a mesma lógica para a memória. Não existe lembrança “bem feita” para aquilo que não disponibilizamos atenção. Achou confuso?

Pense no dia a dia da maioria de nós: caminhamos pensando no trabalho, trabalhamos em três atividades simultaneamente, estudamos mandando mensagens por WhatsApp. Pode ser difícil encararmos esse fato, mas nossa atenção é finita. E quanto mais a compartilhamos, menos a temos disponível para registrar o que realmente queremos.

Então o que podemos fazer?

Bem, todos os dias você escova os dentes, se arruma, chama um taxi ou entra em seu carro… mas você REALMENTE está atento ao que faz? Ou nos termos de Buda, você está CONSCIENTE?

O modo de piloto automático que entramos reduz a nossa atenção para as tarefas diárias ao menor nível possível, a fim de reservar nossos pensamentos para o que realmente importa: Nossas preocupações. Verdade seja dita, damos um tiro em nosso próprio pé. Pois embora esse estado nos permita realizar diversas tarefas simultaneamente, ele também cobra um preço: nossa atenção, dedicação, memória, e ainda dá de troco uma certa ansiedade.

Uma prova disso é o quanto é mais fácil registrar um evento uma vez que somos arrancados do piloto automático. O pão queimou! O taxi bateu! A água acabou! Ao saímos do planejado, voltamos a atenção para o AGORA, e tudo que poderia estar no caminho entre a cena e o seu registro SOME.

Assim, parte do que podemos fazer para viver com mais qualidade é lutarmos contra nosso próprio instinto de compartilhar nossa atenção e entrarmos no piloto automático. Algumas dicas para isso:

  • Esteja você fazendo qualquer atividade, puxe as rédeas de sua mente para ficar totalmente ali, no presente.
  • Observe as coisas mais banais com curiosidade – a mesa de trabalho, o carregador de celular, os companheiros do serviço. Sempre como se fosse a primeira vez que estivesse vendo.
  • Treine todos os dias para conservar essa atitude, pois a cada dia será mais fácil realiza-la.

Como Buda disse:
“O segredo da saúde mental e corporal está em não se lamentar pelo passado, não se preocupar com o futuro, nem se adiantar aos problemas, mas viver sabia e seriamente o presente.”

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