A briga das gigantes pelas videoconferências

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Nestes últimos meses, foi uma enxurrada de lives, reuniões online, vídeo chamadas. Tudo para podermos continuar nos vendo e ouvindo e tentando substituir o sentimento de estar presentes.

Dentro das grandes ferramentas, destacavam-se o Google Hangouts, o Skype e o Microsoft Teams. Mas, ao mesmo tempo, desde 2011, uma pequena empresa criou uma ferramenta para reuniões chamada ZOOM. Como foi criada por uma ex-engenheira da CISCO, a ferramenta acabava por ter uma excelente qualidade de transferência de dados, o que fez com que a qualidade de áudio e vídeo fossem superiores às concorrentes.

Logo no início da pandemia, milhares de escolas adotaram o ZOOM como ferramenta ideal para aulas à distância, bem como milhares de organizações ao redor do mundo também passaram a utilizar esta ferramenta para suas reuniões, palestras e treinamentos.

Com crescimento quase instantâneo de milhões de usuários, as ações da ZOOM cresceram mais de 200% em poucos dias. Entretanto, com a grande popularização da ferramenta, logo alguns hackers e outros espertinhos foram percebendo a fragilidade de segurança da plataforma e começaram a invadir reuniões privadas para difundir pornografia e software malicioso.

Além da fragilidade facilitada por administradores inocentes, o ZOOM também apresentava falhas no cumprimento de leis de proteção de dados e de criptografia, permitindo que dados de participantes pudessem ser roubados por pessoas mal-intencionadas.

Aproveitando (ou até apoiando) estas notícias, as gigantes Google e Microsoft correram para não permitir o contínuo crescimento da pequena rival. Ambas ofereceram suas soluções totalmente sem custo por vários meses. O Google Hangouts passou a se chamar Google Meet e a Microsoft ofereceu o seu Microsoft Teams também gratuitamente para novos clientes. Desta forma, várias empresas já passaram a adotar as soluções das gigantes, seja por economia, seja por questões de segurança.

Mas uma lição nós podemos aprender a partir desta história: Como a concorrência pode ser boa para os negócios. Tanto o Google quanto a Microsoft tiveram mais de uma década para melhorar seus produtos, para fazer algo melhor. Tinham dinheiro, tinham profissionais, mas não viam um mercado. O pessoal da ZOOM aproveitou este nicho e desenvolveu o seu produto de maneira brilhante. Agora, as gigantes vão ter que remar muito para chegar aos pés da qualidade e da base de clientes abocanhada pela ZOOM.

Fica este aprendizado: desenvolva continuamente o seu produto, melhore os seus serviços constantemente para estar sempre entregando um resultado melhor para seus clientes.

1 comentário
  1. Soraia JS Cury Diz

    Um ótimo exemplo do que se pode colher quando se atenta para a melhoria contínua. De fato, as empresas maiores, apesar de ter melhores condições estruturais para desenvolver o produto e talvez até condições de investir em campanhas que estimulasse a demanda do produto, acabaram por ser surpreendidas por uma empresa que apesar de seu tamanho manteve o seu foco e acreditou em uma tendência futurista. Em determinado momento, o texto chegou a me remeter a fábula da lebre e a tartaruga…
    Um alerta sério e muito válido para todos nós com certeza.

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