Até que as finanças nos separem?

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Ao longo desses 8 anos atuando como consultor financeiro, eu tive a oportunidade de atender diversos casais com renda entre 2 a 100 salários mínimos. O que pude perceber é que a maioria dos problemas no relacionamento entre o marido e a esposa começam no dinheiro – no excesso ou na falta dele.

Sim, a falta de organização financeira do casal pode destruir o relacionamento, seja por causa de dívidas, excesso de gastos, orçamento engessado, falta de dinheiro ou pela traição financeira onde o marido ou a esposa escondem os gastos um do outro. Casais com dívidas ou com o orçamento comprometido por conta das contas fixas altas e compras no cartão de crédito passam menos tempo juntos, brigam mais e são menos felizes.

Quando a renda do casal já não dá mais conta das despesas do mês, o dia a dia tende a uma desagradável monotonia, pois qualquer proposta diferente que envolva gastos é motivo de brigas e discussão. Com isso, as dificuldades advindas da escassez geram conflitos entre os cônjuges, que nem sempre percebem que o problema é financeiro.

Por outro lado, quando a renda do casal é maior, raramente o marido e a esposa chegam a um acordo sobre seus hábitos de consumo e sobre a melhor maneira de administrar as finanças, o que também origina conflitos.

A primeira coisa que um casal precisa entender é que quando duas pessoas se casam, elas se tornam “uma só carne”, uma só pessoa, e isso também vale para a vida financeira. As contas deixam de ser suas ou minhas, e passam ser nossas. O dinheiro deixa de ser seu ou meu, e se torna nosso. Agora os dois trabalham para o sustento do lar e lazer da família e é preciso ter transparência em todos os detalhes. É claro que você não vai avisar seu cônjuge cada vez que você for comprar um pão na padaria, mas vocês devem ter bom senso. Se você sabe que as contas estão apertadas, não saia por aí comprando sapatos ou um som mais potente para o seu carro.

Depois de unir as rendas o casal deve definir um dia da semana para conversarem sobre as finanças de forma preventiva e juntos acompanharem os ganhos, gastos e retorno dos investimentos.

Com essa simples atitude o casal vai passar a ter mais clareza das finanças da família, vai conseguir definir as prioridades financeiras, identificar formas de aumentar a renda de forma inteligente e construírem juntos um orçamento que contemple os objetivos da família de curto, médio e longo prazo.

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