Ferramentas da Qualidade – Diagrama de Causa e Efeito (Espinha de Peixe)

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Um dos princípios fundamentais da Qualidade Total é de que só se consegue um bom produto quando os materiais e o processo utilizados em sua fabricação também são bons.

Não se consegue produzir bons produtos quando os ingredientes são ruins.

Da mesma maneira, não se consegue solucionar um problema quando o nosso ponto de partida é errado. Se queremos soluções verdadeiras devemos partir de causas verdadeiras.

A relação entre um problema (efeito) e os fatores que o determinam (causas) é muito útil para a esquematização de processos mais complexos.

Não é tão fácil, para um iniciante, construir um diagrama de causa e efeito com precisão. Porém ao praticar esta ferramenta estará facilitando a resolução de seus problemas e dando um importante passo em direção ao desenvolvimento do controle a qualidade em sua Organização.

Este método foi aplicado pela primeira vez em 1953, no Japão, pelo Dr. Kaoru Ishikawa, professor da Universidade de Tóquio, na organização do trabalho de pesquisa de seus auxiliares. Em seguida Ishikawa passou a adotá-lo para sintetizar a opinião dos engenheiros de uma fábrica quando discutiam problemas de qualidade.

Devido à comprovada eficácia deste método, também denominado “Espinha de Peixe”, passou a ser utilizado no mundo inteiro, não somente para equacionar problemas de qualidade, mas em várias outras aplicações.

O método mais típico de se elaborar o diagrama “espinha de peixe” é:

Primeiro Passo: – Estabelecer claramente o problema a ser analisado (efeito).

Segundo Passo: – Encontrar o maior número possível de causas que possam contribuir para gerar o efeito. Uma discussão franca e aberta é fundamental para levantar as causas. O envolvimento de todos os participantes no processo é indispensável. Use o “brainstorming” para que apareça o maior número possível de causas neste momento, pois há o risco de não serem reconhecidas nos estágios posteriores.

Terceiro Passo: – Construo o diagrama de causa e efeito no formato de espinha de peixe, colocando o efeito que está sendo estudado no quadrado à frente. Faça tantos diagramas de causa e efeito quanto forem os efeitos estudados (defeito, peso, cor, tamanho). O estudo em separado dos efeitos possibilita analisa-los com mais detalhes, criando as soluções mais adequadas e efetivas.

Quarto Passo: – Para facilitar a análise agrupe as causas em categorias conhecidas como os “5M”, ou seja, método, mão de obra, material, máquina e meio ambiente. Se necessário, crie outras espinhas para agrupar outros tipos de causas, como recursos financeiros, gerência, etc… Havendo necessidade, faça outros diagramas de causa e efeito contemplando cada uma das causas encontradas.

Exercício:

Detesto segunda-feira

Comecei a minha semana acordando atrasado e com ressaca. Não sei se foi meu despertador que estragou ou se fui eu quem esqueceu de programá-lo para despertar no horário. Também, depois da gandaia de ontem à noite, duvido muito que eu tenha tido condições de fazê-lo antes de deitar.

Para não acordar o meu colega de quarto, que tem o sono pesado, mas não suporta claridade, acabei me vestindo utilizando o fraco facho de luz que vinha da greta da cortina. Em seguida corri para a cozinha visando preparar o meu café da manhã. Na verdade, eu nunca fui muito bom na cozinha, mas desta vez acabei me superando. Preparei o pior café da minha vida, pois o pó estava vencido e ainda acabei exagerando no açúcar.

Enquanto eu me servia a alça do bule se rompeu, entornando café na minha camisa novinha. Inconformado, rapidamente limpei a cozinha e corri ao quarto para trocar de camisa. Como as outras camisas estavam amarrotadas, ainda acabei perdendo algum tempo passando roupa.

Ao sair do apartamento, como o elevador estava demorando resolvi descer pela escada até a garagem. No meio do caminho percebi que havia calçado por engano uma meia preta num pé e uma azul-marinho em outro. Enquanto subia as escadas de volta ao apartamento constatei que o meu erro foi provavelmente causado pela iluminação inadequada do quarto onde havia me vestido. Desta vez me calcei na sala, que estava melhor iluminada.

Chegando à garagem constatei que a saída do edifício estava bloqueada pelo carro do meu vizinho, que diga-se de passagem é um péssimo motorista. Depois de esperar pela liberação da passagem, finalmente consegui atingir a rua. Apesar da chuva pisei fundo no acelerador, mas como alegria de pobre dura pouco, acabei me metendo num engarrafamento que me fez arrepender amargamente por ter escolhido aquele itinerário.

Após sair do engarrafamento uma luzinha vermelha me deixou roxo de raiva. Era o marcador indicando que o combustível estava no fim, obrigando-me a parar para abastecer mesmo desconfiando de ainda haver uma reserva suficiente no tanque. Corri tanto para diminuir o meu atraso que já estava até orgulhoso de minhas proezas no volante quando, ao manobrar no estacionamento da empresa, um breve descuido me levou a arranhar justamente a pintura do carro do meu chefe.

Agora você percebe porque eu detesto segunda feira…

Com isto fica facilitado o processo de tomada de decisão quanto a que ação realizar em primeiro lugar e assim sucessivamente, lembrando sempre que esta ferramenta auxilia a tabulação das prioridades, mas não define nem toma as decisões, afinal, estas são de responsabilidade do gestor, de acordo com suas premissas e particularidades.

Reiterando incansavelmente o desejo de muito sucesso,

Um grande abraço.

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