Baixa inteligência emocional infantiliza!
É intrigante pensar o quanto fomos ensinados de maneira errônea, e o quanto essa ainda é uma triste realidade nos dias atuais. Vou falar um pouco de mim… Nasci em uma pequena cidade no interior do estado do Rio de Janeiro, meu pai funcionário público da prefeitura local, minha mãe costureira, além dessas atividades eles eram feirantes, vendiam coisas da roça tais como queijos manteiga, doces e por aí vai… Tive uma infância muito boa, nada nos faltava, além disso, um fator que considero fundamental, éramos evangélicos. Mas por que isso importa? Respondo! Por que mais importante do que saber da história das pessoas, é importante entender o contexto de vida (isso aprendi na psicologia).
Bem, o assunto em questão é como os ensinamentos que temos, por mais bem-intencionados que sejam, podem atrapalhar de maneira importante nosso desenvolvimento intelectual, emocional e social, vivemos em uma sociedade que nos oferece alívio a todo momento e qualquer preço. “Ninguém precisa sofrer, há jeito pra tudo…” A diversão está oferecida em todos os lugares, através de diversos canais e recursos tecnológicos, há sempre uma forma de se anestesiar para não sofrer. Daí surgem os nossos maiores enganos, que se não forem compreendidos, elaborados e aceitos, nos tornam cada vez mais frágeis, vulneráveis e infantilizados.
É interessante como pensamos que nossa “boa intenção” nos torna suficientes na vida, e mais cedo ou mais tarde descobrimos que não. Boas intenções não bastam, não ganham as batalhas e não nos dão credenciais de boas pessoas. Ao contrário disso, quando a boa intenção vira nosso escudo temos a falsa esperança de que o mundo será um lugar legal, justo e bom. Nem Jesus Cristo nos ensinou assim, mas nossas igrejas não deixam de bater nessa tecla, e com isso tem deixado muitas pessoas perdidas e infantilizadas nesse mundo mal. Essa não é uma crítica ao evangelho nem as pessoas que creem, essa é uma crítica as muitas instituições cristãs que querem criar uma falsa crença a respeito de uma vida ideal, perfeita e plenamente feliz em um mundo tão desafiador e complexo no qual estamos inseridos.
Faço o mesmo alerta a educação excessivamente protecionista, a pais que se furtam em seus posicionamentos de autoridade, que dão escolhas a crianças que não sabem ainda diferenciar o que é necessário do que é descartável, as incentivando, sem que saibam, a fazer escolhas que podem sugestiona-las a compreenderem que sempre terão escolhas e “tudo dará certo”… Infelizmente sabemos que isso não é verdade, se fosse assim, quantos de nós não escolheríamos passar as aflições no lugar de nossos entes queridos?
Deixemos de lado nossas ilusões, tenhamos coragem de olhar para dentro de nossos quartos escuros, vamos olhar nossas falhas e imperfeições compreendendo que inclusive isso faz parte de sermos HUMANOS! Esse é o primeiro passo para começarmos a pensar em inteligência emocional: autoconhecimento.
Você sabe quem é? Você conhece seus maiores medos? Sabe lidar com tantas adversidades? Consegue ser grato em meio a todo o caos? Quem é você?
Vamos lá! Separe um caderno, um bloco, ou use seu celular, e comece respondendo essas questões!