A Cegueira do Líder

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Conheço muita gente, estou sempre ouvindo histórias, perguntando, recebendo dúvidas e cases para orientação e ainda me choco, fico realmente consternada com algumas situações que aparecem…

Temos acesso a muuuita informação. Hoje quase todo mundo tem TV fechada, acesso à internet, estamos conectados a pelo menos 3 redes sociais diferentes, ouvimos rádio, podcasts, videoaulas, eventos on-line e posso ficar aqui falando mais um bom tempo de mais um sem fim de meios de informação… Ainda sim, com tanta informação disponível, existem líderes que pecam e cometem erros fatais de julgamento, perdendo bons profissionais, mantendo ruins e detonando sua própria empresa.

Por que isso ocorre?

1 – Falta de envolvimento com os processos: para liderar, você precisa conhecer melhor do que seus funcionários todos os seus processos. Caso contrário, como irá corrigir falhas que possam estar ocorrendo? Como vai desenvolver um profissional que tem vontade, mas precisa adquirir a expertise necessária? Como vai identificar má fé em alguns casos?

2 – Apego a relatos aleatórios: um líder precisa saber filtrar. É do ser humano a vontade de reclamar, ainda mais se a oportunidade for dada por um superior. Antes de tomar qualquer atitude, procure saber a fundo o que houve, quem são os envolvidos, como é o processo, quem de fato foi afetado (e que não tenha sido o cliente!).

3 – Excesso de confiança a pessoas que estão insatisfeitas: tem muito funcionário insatisfeito, minando silenciosamente sua organização. Sabe por que você não percebe? Porque se apega ao que este funcionário foi um dia e esquece que os tempos mudam, os processos se aprimoram e que sem perceber você pode ter tirado essa pessoa da zona de conforto e a mesma está tentando de tudo para fazer com que as coisas voltem a ser como antes… “pois antigamente era tudo melhor e mais fácil”. Se você ficar no antigamente, vai perder… líderes estão se deixando levar por uma nostalgia de gente estagnada e com medo de mudanças. Isso é uma catástrofe em momentos turbulentos como os que estamos vivendo.

4 – Portas abertas: a gestão liberal é ótima. Sou defensora disso, porém, se não houver bom senso por parte do líder, um monte de questões irrelevantes vão parar nas suas mãos e um bom tempo será gasto para resolver problemas que seriam facilmente resolvidos por outros membros da equipe, aptos e com competência para isso. O gestor que faz isso é inseguro, não confia nas decisões do grupo que tem e não confia nas suas próprias muitas vezes. Tudo isso porque dá ouvidos a tudo que chega e por não ter segurança acaba tomando decisões erradas e impactando seus resultados. A hora trabalhada do líder custa caro, precisa ser gasta com assuntos relevantes e que impactarão diretamente na melhoria dos resultados.

5 – Falta de visão do todo: enquanto existem líderes que focam totalmente na melhoria dos resultados, existem outros que se apegam a pormenores que chegam a ser ridículos. Quer exemplos? Diretores preocupados com a quantidade de café que suas equipes tomam, com a quantidade de impressão de suas impressoras, com os copos descartáveis que estão sendo utilizados, do porque determinado funcionário está fora de sua posição de atendimento, ou lanchando naquele momento, ou tirando férias ou simplesmente porque a pessoa está sorridente em seu horário de almoço… vamos e convenhamos, será que o ticket médio dessa empresa está aumentando? Será que existe de fato um planejamento para redução de custos bem definido? A equipe está produzindo oportunidades para esta empresa? Existe uma política de negociação de produtos para uma melhor venda? Sabem dizer quantos clientes chegaram? Quantos foram embora? Qual a curva ABC de produtos? A quantas anda essa lucratividade? E os impostos? E o comparativo desse período relacionado ao mesmo dos últimos anos? São tantas coisas para se preocupar e ainda tem líder olhando a formiguinha enquanto o elefante está prestes a pisar na sua cabeça. Hoje o que importa é o resultado. Tempo de trabalho era medido na Revolução Industrial, onde valia mais quem estava em seu posto de trabalho, na linha de produção. Empresários confundem muito isso. Se for linha de produção, vamos medir sim o tempo; se for vendas, resultado; se for marketing ou publicidade, quantidade de alcance, audiência, retorno da ação. Atente-se a isso.

Ninguém faz isso porque quer… é simplesmente porque quer tomar conta de tudo, porque tem responsabilidade com as pessoas que emprega, porque ninguém chegou e disse que era de outra forma, porque está com medo da crise, porque sabe que se perder esse negócio será complicado ter outra opção, porque simplesmente sempre foi assim e nunca houve necessidade de mudar… mas, se você comete uma dessas falhas, ainda está em tempo, pois todas são reversíveis. Basta querer.

Achou contundente demais? Nossos textos despertam você para uma tomada de consciência sobre suas ações. Queremos que você cresça, evolua e que não tenha prejuízo cometendo erros banais como esses.

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