No mundo atual, com o crescimento financeiro de empresas que chegam a possuir renda maior que de muitos países, surge o debate sobre o papel das organizações privadas nas questões de interesse público. A Responsabilidade Social Empresarial (RSE), ou Responsabilidade Social Corporativa, é a transparência, gestão ética e consciência social praticada por uma empresa. Trata-se de uma postura voluntária adotada por iniciativas privadas para promover o bem estar tanto em ambiente interno, quanto externo. Empresas estão buscando cada vez mais engajar-se socialmente com a finalidade de suprir demandas que em tese deveriam ser supridas pelo Estado e contribuir também com o meio ambiente e o bem estar da sociedade.
Um personagem que contribui para a RSE no cenário da globalização, e que também surgiu nas décadas de 70 para preencher lacunas deixadas pelo Estado, foi o terceiro setor, que atinge grande crescimento até os dias de hoje. Esse setor é composto por instituições sem fins lucrativos e não governamentais, que atuam em conjunto com as empresas privadas, do segundo setor, com o intuito de impactar socialmente o mundo e desenvolvê-lo sustentavelmente.
Mas, afinal, como ser uma empresa socialmente responsável e como influenciar positivamente seus negócios?
Ser então, uma empresa com RSE, pode impactar positivamente seus negócios diretamente com seu público. Cada vez mais, os consumidores do novo milênio desenvolvem um senso crítico de cidadania e sustentabilidade, e reconhecem que a responsabilidade por quaisquer impactos causados são de responsabilidade compartilhada, não só de quem produz ou presta um serviço, mas também quem o consome. O Ministério do Meio Ambiente os chama de “Consumidores Conscientes”: aqueles que levam em conta, ao escolher os produtos que compra, o meio ambiente, a saúde humana e animal, as relações justas de trabalho, além de questões como preço e marca; que sabem que podem ser gentes transformadores da sociedade por meio do seu ato de consumo. Isso insere sobre você e seu negócio deveres para com a comunidade.
Assim, empresas empenhadas a beneficiar a sociedade, que contribuem com a política social e que buscam diminuir os danos ao meio ambiente e à comunidade – preservando recursos ambientais e culturais, respeitando a diversidade e reduzindo a desigualdade social – são extremamente valorizadas no mercado e são tidas como diferenciadas, partindo a frente da concorrência, devido ao seu engajamento socioambiental.
Uma prática comum das empresas privadas, por exemplo, é a implementação de iniciativas pro bono, jargão comum no meio jurídico cujo significado é “para o bem”. Esses projetos ou serviços são similares a trabalhos voluntários, mas tratam da utilização de uma mão de obra especializada no assunto, com o objetivo de ajudar e de auxiliar aqueles que necessitam do serviço, mas não possuem os recursos necessários para tal. Na advocacia, o pro bono trata-se de uma prática antiga e comum, adotada por escritórios e autônomos motivados por seus valores e um senso de compromisso com a área em que atuam, mas também com a construção de uma imagem de impacto no meio em que se inserem o seu público-alvo.
Outra forma de praticar a RSE é a incorporação, expressa pelo desejo e pelos propósitos das organizações, de considerações socioambientais em seus processos decisórios e da responsabilização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente. Isso implica um comportamento ético e transparente que contribua para o desenvolvimento sustentável, que esteja em conformidade com as leis aplicáveis e seja consistente com as normas internacionais de comportamento. Também implica que a responsabilidade social esteja integrada em toda a organização e seja praticada em suas relações, levando em conta os interesses das partes envolvidas.
*Um artigo recomendável: Responsabilidade social corporativa: uma investigação sobre a percepção do consumidor
Brenda Franco, Consultora de Projetos
Carolina Schiller, Gerente Comercial
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