A falta de qualidade custa caro

Caro leitor, dando sequência ao tema iniciado na edição anterior, falaremos sobre o custo da falta de qualidade.

Sem generalizar, é claro, o desempenho da empresa brasileira está abaixo do padrão mundial. Como resultado, temos prejuízos e baixa competitividade.

As empresas brasileiras despertaram muito tarde para a qualidade, e com isso, a saída é disparar na pista deixada pelos países de economia avançada e encurtar a distância por eles já percorrida.

Essa defasagem ocorre nos vários setores (indústria, comércio e serviços). Os números são impressionantes quando comparamos o desempenho da indústria brasileira com a média da indústria mundial (Estados Unidos, Europa e Japão) em termos de qualidade e produtividade. São desperdícios de tempo, material e de força de trabalho que custam muito caro para os brasileiros.

Entre aquelas empresas que não se modernizaram buscando a evolução da qualidade de processos, produtos e serviços, podemos encontrar alguns indicadores:

Índice de treinamento

Enquanto a indústria brasileira investe em média 1% das horas trabalhadas durante o ano, por empregado, a média mundial é de 6%. Isto quando investem, uma vez que grande parte das empresas brasileiras não possui sequer um plano anual de treinamentos, e outras nem avaliam a possibilidade de capacitação de seus colaboradores.

Índice de peças defeituosas

Enquanto a indústria brasileira possui um índice médio de rejeição de peças defeituosas entre 25 mil a cada milhão produzido, a média mundial é de 200. Isto pode ser reduzido significativamente com o conceito de “cliente x fornecedor interno”, filtrando as não conformidades durante o processo, impedindo desta forma sua identificação ao final do processo de produção (neste momento todo o custo de produção já foi realizado) e, principalmente, a identificação por parte do cliente final.

Sugestões de melhoria apresentadas por empregados

Enquanto no Brasil esta média é de 0,1%, a média mundial é de 60%. Necessário lembrar que quem está na linha de produção, em grande parte das vezes, possui o conhecimento detalhado do processo (quando há o investimento em capacitação conforme “índice de treinamento” supramencionado) e com isto poderá dar sugestões que possibilitem a melhoria da qualidade e aumento da produtividade.

Gastos com assistência técnica

Enquanto no Brasil o gasto médio é de 2,7% do valor bruto das vendas, a média mundial é de 0,15%. Isso quando a empresa não tem um processo de assistência técnica deficitário, que atrasa significativamente e/ou não atende as assistências solicitadas pelos clientes, e assim tem a sua credibilidade destruída pela falta de competência técnica, produtiva e gerencial.

Fica para vocês este segundo conceito sobre qualidade e o desafio de reavaliarem os seus processos produtivos e de atendimento a clientes, focando na redução dos custos gerados com as possíveis faltas de qualidade em suas empresas, se existirem, naturalmente.

Reiterando, o conteúdo de nossas colunas será sempre curto, objetivo, sem delongas e com mensagens focadas em temas que possam ser colocados em prática no dia a dia das empresas e colaboradores, bem como dos profissionais que buscam o sucesso nos dias atuais.

Desejo a todos muito sucesso e um excelente ano de 2017.

Um grande abraço.

Os comentários estão fechados, mas trackbacks E pingbacks estão abertos.